O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), reafirmou o compromisso de que continuará na prefeitura até 2028, quando termina seu recém-eleito quarto mandato. A declaração foi dada nesta quarta-feira (27) no seminário “Caminhos do Rio”, promovido pelos jornais “O Globo” e “Extra”.
“Se eu já tentei duas vezes, pode ser que um dia eu queira tentar de novo, né?”, disse Paes, fazendo referência às duas vezes que concorreu ao Palácio Guanabara, em 2018 e 2006.
Em seguida, emendou: “Eu vou responder a pergunta muito objetivamente: continuarei na prefeitura do Rio de Janeiro prefeitando. O Eduardo [Cavaliere, vice-prefeito eleito] vai ter que esperar um tempo para assumir a prefeitura do Rio.”
O prefeito foi questionado sobre uma entrevista do deputado federal Pedro Paulo (PSD-RJ) ao jornal “O Globo”, em que o parlamentar afirmou que Paes “terá que concorrer” ao Estado. No evento desta quarta, o chefe do Executivo municipal minimizou as declarações do aliado.
“Pedro Paulo também acha que eu sou o cara mais preparado do mundo para ser o secretário-geral da ONU. Ele acha que eu resolveria o problema do mundo. Se meu braço-direito não achasse isso, que desespero minha vida seria”, disse.
O deputado chegou a ser o principal nome cotado para vice de Paes na campanha deste ano. No final, no entanto, o prefeito reeleito escolheu seu ex-secretário da Casa Civil e do Meio Ambiente Eduardo Cavaliere.
Independente da escolha, já havia como pano de fundo essa possibilidade de Paes deixar o cargo nas próximas eleições gerais. Por isso, optou por ter ao seu lado alguém do próprio grupo político, para eventualmente assumir a prefeitura no caso de ele se desincompatibilizar para concorrer ao Estado.
No evento desta manhã, Paes fez elogios ao seu vice eleito e afirmou que Cavaliere tem “todas as condições para assumir amanhã a prefeitura do Rio de Janeiro”.
“Tenho absoluta certeza que coloquei como prefeito alguém para conduzir com muita capacidade e maturidade uma cidade como o Rio de Janeiro, apesar da pouca idade”, completou.
Segundo Paes, Cavaliere terá “protagonismo” na prefeitura, diferentemente do que fez com os outros vices que teve nos seus mandatos passados. Quem ocupa atualmente o cargo é Nilton Caldeira (PL), que foi escanteado durante a atual gestão — assim como ocorreu com Adilson Pires (PT), no mandato de 2013 a 2016, e Carlos Alberto Muniz (MDB), de 2009 a 2012.
“Um dos elementos que me leva a dizer que farei o meu melhor ao governo é porque estou aqui valendo por dois nesse momento. Eu terei o vice com papel de muito protagonismo no governo, não é à toa que ele vai comandar a transição”, disse Paes.
“Ele vai exercer as funções de prefeito da cidade, em coordenação permanente comigo”, completou o prefeito, afirmando que Cavaliere não deve assumir nenhuma secretaria para focar na prefeitura.
Questionado sobre a segurança pública na cidade, Paes afirmou que tem buscado maneiras de ampliar o escopo de atuação da prefeitura no combate à violência, sem necessariamente depender do governo estadual. Ele, contudo, ponderou que o município “sempre será força auxiliar” do Estado.
Durante a campanha, a maior parte dos ataques de Paes foi direcionada para o governador Cláudio Castro (PL), aliado do principal adversário do prefeito, Alexandre Ramagem (PL). Segundo Paes, agora a relação entre ele e o chefe do Palácio Guanabara está pacificada.
“Cláudio Castro é o quarto governador com quem eu convivo. Eu sempre convivi bem com todos os governadores, e a eleição acabou. A partir de agora, as diferenças e desavenças com Castro continuaram existindo, mas não serão mais um protagonista da nossa relação”, disse.
“Quando eu digo não depender do Estado [no combate à violência], não é ter uma independência. A gente vai ter que sempre ser força auxiliar e trabalhar em parceria”, completou.