Pacientes com suspeita de dengue relataram ter ficado na fila de espera por cerca de 16 horas em uma Unidade de Pronto Atendimento de Cascavel, no oeste do Paraná. A cidade tem mais de 10,5 mil casos confirmados e quatro mortes no atual ano epidemiológico. Assista ao vídeo acima.
É o caso do eletricista Luciano Keller. Ele chegou às 22h da segunda-feira (1º) em uma UPA, às 12h da terça-feira (3), ele ainda aguardava por atendimento. “Tive que dormir aqui […] a noite estava cheio aqui. Muitos desistiram”, relatou o morador. Veja quais são os sintomas de dengue mais abaixo.
O paciente só conseguiu atendimento 16 horas após a chegada e precisou ser internado na sequência.
O mesmo ocorreu com o filho da auxiliar de cozinha Claudilene Dias. Depois de procurar duas vezes por atendimento para a criança, a mulher contou que aguardou horas no mesmo local.
Como o eletricista Luciano, o menino, após atendimento, precisou de internação e está com quadro de dengue hemorrágica.
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Os relatos de demora para atendimento começaram ainda na segunda-feira (1º). Além das três UPAs e do hospital de retaguarda, seis unidades de saúde atendem exclusivamente dengue em Cascavel, das 7h às 19h.
A Prefeitura havia dito há uma semana que iria rever o atendimentos nessas unidades, mas diante da situação crítica, decidiu manter os locais abertos nesta semana.
A dengue tem feito a rede de saúde de Cascavel, no oeste do Paraná, viver no limite. A situação é tão grave que ambulâncias ficam paradas porque as macas, que chegam com os pacientes , ficam represadas nas unidades.
Alguns veículos nessa situação são do Consamu, consórcio responsável por regular o atendimento na rede pública de saúde.
Servidores contaram à reportagem da RPC que chegam com pacientes, mas que a maca fica retida na unidade, porque não tem onde colocar o doente. Os profissionais disseram ainda que, em outras situações, chegaram a ficar duas horas parados, porque a maca não era devolvida.
Segundo o Secretário de Saúde, Miroslau Bailak, não há mais espaços nas UPAs para ampliar os atendimentos. Profissionais já foram chamados e outros 120 devem ser contratados em breve, segundo Bailak.
“Claro que 14 horas não é suportado, mas espero que a população entenda que a gente tá fazendo o possível e isso é passageiro, muito em breve, teremos o retorno da normalidade, cuidemos pra não ter mais o mosquito”, afirmou Bailak.
“O que a gente fala, se a pessoa chega com um quadro grave na upa, ela será atendida. se não for de emergência, infelizmente, ela terá que aguardar. Mas todos, sem exceção serão atendidos”, disse o secretário.
Em nota, o Consamu disse que essa situação tem acontecido por conta do aumento nos atendimentos de dengue. Disse também que existem macas reservas e que atrasos nos demais atendimentos podem existir nestes momentos.
Ainda segundo a nota, a regulação médica prioriza casos com maior gravidade e que até o momento nenhum paciente ficou sem atendimento.
Nem sempre a infecção apresenta sintomas. O indivíduo pode ter uma dengue assintomática ou ter um quadro leve.
Mas é preciso ficar atento se a pessoa tiver febre alta (39ºC a 40ºC), de início repentino, acompanhada por pelo menos outros dois sintomas:
❗O Ministério da Saúde alerta que é importante procurar um serviço de saúde para diagnóstico e tratamento adequados ao apresentar possíveis sintomas de dengue.
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