Seul (Reuters) – Partidos de oposição progressistas da Coreia do Sul conseguiram uma vitória esmagadora na eleição parlamentar realizada na quarta-feira (10), dando um golpe retumbante no presidente Yoon Suk Yeol e em seu partido conservador, mas provavelmente devem ficar aquém de obter uma super maioria no Congresso.
A projeção é que o Partido Democrata (PD) conquiste mais de 170 das 300 cadeiras na nova legislatura, com dados da Comissão Eleitoral Nacional e das emissoras de rádio e televisão mostrando que mais de 99% dos votos foram contados até as 05h55 de quinta-feira (horário local).
Um partido progressista dissidente considerado aliado do PD deve obter pelo menos 10 assentos, de acordo com as projeções.
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“Quando os eleitores me escolheram, foi o seu julgamento contra o governo de Yoon Suk Yeol e vocês estão dando ao Partido Democrata o dever de assumir a responsabilidade pela subsistência das pessoas e criar uma sociedade melhor”, afirmou o líder do PD, Lee Jae-myung.
Lee ganhou a disputa por uma cadeira na cidade de Incheon, ao oeste da capital Seul, contra um candidato conservador peso-pesado considerado um grande aliado do presidente.
Popularidade do presidente em queda
A disputa acirrada foi vista por alguns analistas como um referendo sobre Yoon, cuja popularidade sofreu em meio a uma crise de custo de vida e uma série de escândalos políticos.
“Julgamento” foi o tema comum em comentários de vitoriosos da oposição, muitos dos quais fizeram uma campanha bastante concentrada no que afirmaram ser a má administração da economia por Yoon e sua recusa em reconhecer que sua esposa agiu de maneira inadequada quando aceitou uma bolsa da marca de luxo Dior como presente.
A primeira-dama Kim Keon Hee não é vista em público desde 15 de dezembro e não estava presente quando Yoon votou, refletindo a opinião de alguns analistas e de membros do partido da oposição de que ela se tornou uma vulnerabilidade política séria para o presidente e seu partido PPP.
A projeção é que seu Partido do Poder Popular (PPP) ganhe pouco mais de 100 assentos, o que significa que Yoon evitaria uma super maioria de dois terços de controle da oposição que poderia derrubar vetos presidenciais e aprovar emendas constitucionais.
Mas, chegando ao fim dos primeiros dois anos do único mandato de cinco permitido pela Constituição, Yoon deve entrar em uma condição política muito enfraquecida, segundo alguns analistas.