O crescimento de geração de energia por meio de painel solar traz riscos efetivos para apagões em nove Estados no país, nos próximos cinco anos, aponta relatório do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). A informação é da coluna do jornalista Lauro Jardim, de “O Globo”.
O ONS vê risco de sobrecarga “inadmissível” — superior à capacidade operacional de curta duração dos transformadores — em subestações dessas regiões.
Em 2023, todos os Estados do país, com exceção de Roraima, sofreram uma apagão total ou parcial, devido à intermitência da energia solar e eólica.
Segundo o ONS, os painéis solares em residências e comércios e as usinas solares tipo 3 (estruturas mais complexas, mas também descentralizadas) têm hoje um total de capacidade instalada de 53 GW, o que representa mais de um quinto (22%) da capacidade instalada em todo o país.
Um dos efeitos preocupantes da energia gerada de forma descentralizada é o chamado “fluxo reverso” de energia: em vez de a energia fluir da transmissora para a distribuidora, o excesso de energia gerada e não usada pelos consumidores residenciais e comerciais com painéis solares fazem o caminho inverso, passando da distribuidora para o sistema de transmissão.
É esse fenômeno que gera, por exemplo, o risco de sobrecarga no sistema, o que pode resultar em desligamento do sistema de transmissão por excesso de carga elétrica.
Segundo a Associação Brasileira de Energia Fotovoltaica (Absolar), o setor de energia solar já recebeu investimentos de mais de R$ 200 bilhões, sendo que parte relevante desse valor está em sistemas, instalados em telhados e terrenos menores tanto residências quanto pequenos negócios.
Em 2023, o Brasil adicionou 7,8 GW de capacidade instalada à matriz elétrica, com destaque para a energia solar.