O nível de ocupação entre as mulheres foi recorde no segundo trimestre do ano, mostram os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O indicador – que aponta a parcela de mulheres que trabalham, entre todas as mulheres de 14 anos ou mais – era de 48,1% no segundo trimestre, ante 47,2% no primeiro trimestre. É o maior percentual de toda a série histórica da pesquisa, iniciada em 2012. Até então, a maior taxa tinha sido registrada no quarto trimestre de 2023, de 47,9%.
A diferença entre o nível de ocupação de mulheres e homens permanece, no entanto, em 20,2 pontos percentuais. No segundo trimestre de 2024, o nível de ocupação dos trabalhadores homens estava em 68,3% e a taxa média no país era de 57,8%. Em toda a série histórica da pesquisa, a menor diferença foi de 19,3 pontos percentuais, no segundo trimestre de 2019 (nível de 66% entre homens e 46,7% entre mulheres).
O recorde do nível de ocupação entre as mulheres reflete o movimento observado no mercado como um todo, diante do momento positivo para o emprego no Brasil.
“O movimento de agora, com 48,1%, decorre do crescimento do nível da ocupação da população como um todo. É um fruto de uma tendência de crescimento [do emprego] que vem sendo observada pelo menos nos últimos dois anos”, disse a coordenadora das pesquisas por amostras de domicílio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Adriana Beringuy.
Beringuy chama atenção, no entanto, para a manutenção da diferença no nível de ocupação por sexo, uma característica constante do mercado trabalho. Diferentes fatores, lembrou ele, ajudam a explicar esse fenômeno, especialmente aqueles ligados à maternidade entre mulheres jovens e ao trabalho de cuidados, seja de crianças ou idosos, tradicionalmente sob responsabilidade das mulheres.
“Dados mostram que população que não está estudando ou trabalhando, na faixa de 15 a 29 anos, é predominantemente formada por mulheres”, afirmou.
“Isso decorre muitas vezes das condições da mulher, seja por afastamentos relativos à gravidez, ou uma intermitência muito grande no mercado de trabalho, essa saída e entrada no mercado é maior. Além disso, existem as questões ligadas ao cuidado de pessoas”, explicou.