Arregimentou 140 deputados pedindo a saída de Lula. O documento foi apresentado numa entrevista no salão verde da Câmara. O evento passou de 1 milhão de visualizações no YouTube da TV legislativa. Críticas a Lula e número alto de cliques são o combo preferido do bolsonarismo.
Parecia um sucesso, mas a deputada fez mais inimizades na organização da lista. Os métodos para fazer os colegas aderirem foram comparados a coação e chantagem.
As queixas incluem, por exemplo, ter usado as redes sociais para pressionar quem não tinha assinado. Constrangido pela suspeita de traição lançada por ela, o deputado assinava sob desconfiança do eleitor e sob um cenário de quem não fez mais do que a obrigação.
Outra reclamação é a insistência inoportuna. Há relatos de que Zambelli manda mensagens de forma desmedida, como um call center, escrevendo textos no WhatsApp em todos os períodos do dia.
Um deputado relatou ao UOL ser vítima das duas estratégias. Ele disse que não ia usar adjetivos para não falar mal de ninguém.
Tantas assinaturas pode virar um tiro no pé para o processo de impeachment. Há uma linha jurídica que aponta que os acusadores não poderiam julgar. Com isso, os deputados que assinam a petição estariam fora das votações, impossibilitando o avanço do pedido. O ex-ministro Miguel Reale Jr., envolvido nos pedidos de impeachment de Fernando Collor e Dilma Rousseff, é um dos que defendem essa tese. Nos casos anteriores, apenas entidades da sociedade civil assinaram os pedidos, como movimentos sociais e associações de advogados.