O.J. Simpson, o ex-campeão de futebol americano que fez a transição para a carreira de ator antes de ser acusado e eventualmente inocentado (em um julgamento polêmico e amplamente coberto pela mídia) de matar a ex-esposa Nicole Brown e o namorado Ron Goldman em 1994, morreu ontem (10) aos 76 anos.
A família de Simpson confirmou a notícia na conta oficial do atleta no Twitter, citando complicações de um câncer de próstata como motivo da morte.
Nascido em San Francisco (EUA), Simpson brilhou no futebol universitário enquanto jogava pela Universidade da Califórnia do Sul (USC), e logo foi recrutado por times da liga profissional. Suas passagens pelo Buffalo Bills e pelo San Francisco 49ers o transformaram em um astro nacional.
Simpson se aposentou dos gramados em 1979, mas mesmo antes disso já havia se estabelecido como uma presença de destaque em Hollywood, com filmes como Os Homens Violentos do Klan (1974), Inferno na Torre (1976), A Travessia de Cassandra (1976) e Capricórnio Um (1977), além de ter aparecido na minissérie Raízes (1977), um fenômeno de audiência.
Depois da aposentadoria, Simpson dobrou a aposta na atuação, e encontrou uma franquia para chamar de sua em Corra que a Polícia Vem Ai, aparecendo ao lado de Leslie Nielsen em três filmes da série de comédia entre 1988 e 1994.
Em 12 de junho de 1994, Nicole Brown e Ron Goldman foram encontrados mortos do lado de fora da casa onde viviam, em Brentwood. Simpson, que havia declarado culpa em um caso de violência doméstica enquanto era casado com Brown, se tornou um suspeito quase de imediato, e a polícia eventualmente formalizou uma acusação.
Simpson fez uma tentativa de fuga em 17 de junho, a bordo do seu Ford Bronco branco, e foi perseguido por vários carros de polícia por horas. Os canais de televisão dos EUA transmitiram tudo, em um espetáculo midiático assistido por mais de 95 milhões de pessoas.
A sensação midiática continuou com o julgamento, que se arrastou por meses e terminou com Simpson inocentado, uma decisão contestada nas décadas seguintes. Em 1997, no entanto, um processo civil da família de Goldman levou à condenação de Simpson por agressão, e ele foi obrigado a pagar US$ 33 milhões aos parentes da vítima.
Anos mais tarde, Simpson foi preso por roubo, e serviu quase nove anos de cadeia até sua soltura em 2017.