Desde o início do atual governo Lula, em 2023, o Fundo captou R$ 740 milhões. Os doadores foram Reino Unido (R$ 497 milhões), Alemanha (R$ 186 milhões), Suíça (R$ 28 milhões), Estados Unidos (R$ 15 milhões) e Japão (R$ 14 milhões). Outros R$ 3,1 bilhões em doações, segundo o BNDES, foram anunciados por “potenciais doadores” e estão em negociação.
Mesmo sem doações novas, o caixa do Fundo aumentou em R$ 450 milhões no governo Bolsonaro. Segundo os relatórios do BNDES, o saldo disponível para os projetos saltou de R$ 3,48 bilhões no final de 2018 para R$ 3,93 bilhões quatro anos depois. Isso porque o dinheiro está aplicado em dois fundos de investimento geridos pelo Banco do Brasil, que acumulam rendimentos.
Procurado pelo UOL, o BNDES afirma que a pandemia atrasou a execução das atividades. Segundo o banco, o combate ao coronavírus e as condições logísticas de cada projeto são razões que justificam a prorrogação dos prazos de conclusão.
O BNDES também alega que um projeto só é considerado como “concluído” quando todas as etapas da prestação de contas estão concluídas. Por isso, segundo o banco, parte dos programas com prazo expirado “podem estar em efetiva execução ou na etapa de prestação de contas ou em avaliação final”.
Especialistas avaliam que podem ocorrer atrasos porque os contratos são complexos. Segundo Adriana Ramos, assessora política do ISA (Instituto Socioambiental) e ex-integrante do Cofa, os programas bancados pelo Fundo costumam depender de fatores que nem sempre estão claros no início dos trabalhos.
É relativamente normal que ocorram ajustes de cronograma, porque eles são dependentes de muitos variáveis incontroláveis. Há fatores climáticos, ambientais, e há questões estruturais que atrasam a realização de certas atividades. Além disso, boa parte dos projetos depende da cooperação com órgãos públicos, como os governos estaduais
Adriana Ramos, assessora do ISA e ex-integrante do Cofa