Partidos, sindicatos e movimentos sociais identificados com o governo Lula realizaram neste sábado manifestações dispersas e pulverizadas em duas dezenas de cidades. O contraponto com o bem-sucedido ato em que Bolsonaro encheu sete quadras da Avenida Paulista há um mês foi instantâneo.
Os organizadores esperavam que Lula participasse do ato de Salvador. Farejando o cheiro de queimado, Lula refugou o convite para ornamentar o fiasco com sua presença. Fugiu da foto. Mas não se livrou do contraponto político. No plebiscito do asfalto, a esquerda lulista levou água para o monjolo da estratégia bolsonarista.
Atormentado com o cerco criminal das investigações sobre o golpe, as joias e os cartões falsos de vacina, Bolsonaro oscila entre dois papéis. Nos inquéritos da Polícia Federal, faz a pose do fraquinho perseguido. No seu rolê pelo país, exibe o figurino do cabo eleitoral fortão, com musculatura para mobilizar a rua contra sua prisão.