As famílias aumentaram a demanda por crédito em maio. É o que informou nesta segunda-feira a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) ao anunciar a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic).
Em contrapartida, a confederação detalhou que, entre os tomadores de empréstimo, a parcela dos que citaram uso do cheque especial terminou maio em 3,9%. Foi a menor proporção da história da pesquisa, iniciada em 2010.
Para a entidade, as famílias estão aproveitando as melhores condições de juros ante igual período no ano anterior. Isso porque o Banco Central (BC) iniciou, em meados de 2023, trajetória de cortes na taxa básica de juros (Selic), que norteia juros de mercado, incluindo os de empréstimos.
Por outro lado, a inadimplência não mostrou avanço de abril para maio. Entre os endividados, 28,6% informaram dívidas em atraso em maio, percentual igual ao de abril, e menor do que o observado em maio de 2023 (29,1%).
Já os inadimplentes que informaram não ter condição de quitar débitos foi de 12%, menor do que o de abril (12,1%). No entanto, essa fatia foi superior à observada em maio de 2023, para a mesma resposta (11,8%).
Em comunicado, o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros, observou que o fato de que mais pessoas estão endividadas, mas com queda do uso do cheque especial e estabilidade na inadimplência, é bom sinal.
“O avanço no mercado de trabalho, apontado na última Intenção de Consumo das Famílias (ICF), também apurada pela CNC, revela uma maior parcela da população empregada e assalariada e, assim, com mais condições de arcar com seus pagamentos”, afirma Tadros.
Ainda de acordo com Tadros, projeções da CNC mostram que o aumento do endividamento deve continuar, enquanto a inadimplência tende a se manter estável – e aumentar apenas mais perto do fim do ano.