É curioso como tantos jovens que se dizem “contra o sistema” sintam tanta atração por uma banda como o Limp Bizkit, uma das bandas mais “dentro do sistema” do rock dos últimos 30 anos. A razão, talvez, é porque o grupo sabe traduzir em letras uma certa angústia e insatisfação que se conecta com esses jovens e não tão jovens.
Limp Bizkit é liderado por Fred Durst, um cara que, desde que o grupo engatinhava, na Flórida nos anos 1990, não escondia que queria ser uma estrela. Um cara que sabe bem como rolam as engrenagens da indústria da música, como o business é feito e como uma banda pode virar um business.
Não à toa, depois que o grupo já tinha alcançado certo sucesso, Durst virou executivo de gravadora, a Interscope. E, é claro, foi para o cinema (já atuou e dirigiu filmes).
Mas nada disso importa. O que importa mesmo são os vocais gritados, as guitarras altas e rápidas, a bateria incessante. É o que querem os jovens que foram, por exemplo, ao Woodstock 99, quando o Limp Bizkit fez um dos shows mais pesados daquele trágico evento.
E é o que querem os jovens (e os não tão jovens) que se aglomeraram no palco Samsung Galaxy do Lollapalooza, no sábado. Espaço que ficou pequeno para a multidão que se aglomerou ali. Tinha muita gente vendo os caras.
Foi um show pesado, raivoso. A banda abriu com “Break Stuff: e “Hot Dog”, Quando o entrou “Take a Look Around” (“I know why you wanna hate me”), o público vibrou.
Houve espaço para trechos de “Purple Rain, clássico de Prince, e de “Proud Mary”, do Creedence Clearwater Revival, entre outros. E até um inusitado cover de “Faith”, de George Michael, e outro de “Behind Blue Eyes”, do Who, ambos há décadas no repertório da banda.
Músicas como “Rollin'” e “Nookie” parecem terem sido feitas para serem tocadas em festival grande.
Foi uma apresentação enérgica e bem divertida desta banda que ajudou a colocar o nu metal no mapa do rock, e Fred Durst sabe como entreter o público.