Em coletiva depois da visita, a chefe da pasta rebateu críticos que questionam o uso dos recursos para um projeto no exterior. Segundo ela, a adesão vai permitir que a indústria nacional possa entrar num mercado milionário e fornecer tecnologia.
Segundo ela, o Cern oferece hoje contratos de US$ 500 milhões — o Brasil, portanto, quer uma fatia disso. 70% da contribuição brasileira seria revertida em contratos do organismo internacional a empresas nacionais. “A adesão abre muitas possibilidades para a indústria brasileira”, disse.
Com um fundo nacional para pesquisas avaliado em R$ 10 bilhões, a ministra acredita que destinar US$ 12 milhões ao Cern “não seria um custo exorbitante para as vantagens que o país adquire”. Segundo ela, a adesão “não compromete” o financiamento à ciência nacional e o valor seria “insignificante” se avaliado o custo-benefício. “Ele gera renda, empregos e adquirimos conhecimentos”, defendeu.
Outra vantagem seria a transformação tecnológica do Brasil na área de nióbio. Para a ministra, o país não pode continuar sendo apenas fornecedor de matéria-prima. O mineral é usado nos supercondutores e o Brasil espera adquirir tecnologia para construir ligas para esses equipamentos
Histórico
O projeto ganhou impulso no governo de Dilma Rousseff (PT). Ainda na década passada, diplomatas brasileiros começaram a mediar a assinatura de uma carta de intenções entre o Ministério da Ciência e Tecnologia e o Cern, entidade que entrou para a história com a criação da web há duas décadas e com o maior acelerador de partículas do mundo, que garantiu a confirmação da existência do bóson de Higgs.