A Ânima Educação (ANIM3), dona das faculdades Anhembi Morumbi e São Judas, continuou reduzindo sua alavancagem na reta final de 2023. Pelo segundo trimestre consecutivo, a relação entre dívida líquida e Ebitda (lucro antes de juros impostos, depreciações e amortizações) da empresa recuou, terminando o ano em 3,25 vezes (x). Assim, a companhia conseguiu ficar abaixo do covenant de 3,5x com o qual precisava cumprir no período.
“Tomamos medidas duras e necessárias para colocar a companhia onde estamos agora”, afirmou Marcelo Bueno, CEO da Ânima, ao IM Business. As tais medidas incluem fechamento e devolução de unidades, além de redução de pessoal, resultado de uma unificação de processos, após a aquisição de ativos do grupo americano Laureate.
“Desde o terceiro trimestre começaram a aparecer ganhos de sinergia que faltavam ser capturados”, disse Átila Simões da Cunha, CFO da Ânima. “Daqui para frente a nossa tônica vai ser deixar essa agenda de integração para trás e fortalecer nossas marcas. Terminou a fase de integrar, agora é hora de entregar valor”.
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O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) ajustado da Ânima cresceu 50,4% no quarto trimestre, em bases anuais, para R$ 268,6 milhões. A margem Ebitda ajustada avançou 8,6 pontos percentuais, na mesma base de comparação, para 29,7%.
A geração de caixa operacional da companhia, em 2023, cresceu 184,6%, para R$ 711 milhões. Mas ainda que a companhia tenha melhorado significativamente sob a ótica operacional, a despesa financeira continua machucando a linha final do balanço.
A Ânima reportou prejuízo líquido ajustado de R$ 6 milhões no quarto trimestre do ano passado, revertendo lucro de R$ 210,7 milhões registrado no mesmo período de 2022. Em 2023 como um todo, o prejuízo foi de R$ 46,4 milhões, ante lucro de R$ 250,6 milhões no ano anterior.
Mas o CFO afirma que há perspectivas positivas para a redução do endividamento da companhia. Segundo ele, cada 1 ponto percentual de queda na taxa básica de juros, a Selic, representa uma diminuição de R$ 30 milhões ao ano da dívida bruta de R$ 3,8 bilhões com a qual a Ânima terminou o ano de 2023.
“Queremos aproveitar o momento para reduzir o custo da dívida, já temos papéis alongados e entendemos que é possível evoluir mais para entregar melhores condições à companhia”, explicou o executivo.
Avanço em receitas e tíquetes
A receita líquida da companhia entre outubro e dezembro de 2023 foi de R$ 905,7 milhões, cifra 7,2% maior do que a reportada no quarto trimestre de 2022. No acumulado do ano passado, o faturamento foi de R$ 3,73 bilhões, com alta de 4,8% em relação ao ano anterior.
Nessa mesma base de comparação, a base média de alunos matriculados em cursos da Ânima expandiu 3%, para 405,4 mil. No ensino acadêmico, o crescimento foi de 4,6%, para 347 mil estudantes.
A empresa destacou o crescimento de tíquete médio em todos os seus segmentos. O do ensino digital e da Inspirali, vertical de educação em medicina, cresceram acima da inflação, avançando 12,2% e 5%, respectivamente.
Em Ânima Core, de ensino universitário presencial, o tíquete subiu 1% entre 2022 e 2023. A margem operacional do segmento, por sua vez, avançou 1,8 ponto percentual no mesmo intervalo de tempo. A receita caiu 2,3%, com uma retração em sua base da alunos, mas o recuou desacelerou no no segundo semestre.