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Estudo sugere uma possível ligação entre o vírus herpes simplex, especialmente o tipo 1 (HSV-1), e o desenvolvimento de demência
Um estudo recente, publicado no Journal of Alzheimer’s Disease, alertou que uma infecção por um vírus comum pode dobrar o risco de desenvolver demência.
A pesquisa é de uma equipe da Universidade de Uppsala, na Suécia.
Os resultados revelaram que indivíduos que tiveram contato com o vírus herpes em algum momento de suas vidas apresentavam um aumento de duas vezes na vulnerabilidade à doença em comparação com aqueles que nunca contraíram o vírus.
Espera-se que essas descobertas possam impulsionar a pesquisa sobre o potencial uso de medicamentos anti-herpes para reduzir o risco de demência.
O que é o vírus herpes?
O vírus herpes simplex, ou HSV, é uma infecção comum que causa bolhas ou úlceras dolorosas. Sua transmissão se dá pelo contato pele a pele.
Cerca de 3,7 bilhões de pessoas com menos de 50 anos em todo o mundo carregam o vírus, conforme relatado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Existem dois tipos de HSV:
O primeiro é comum no herpes oral, que causa feridas ao redor da boca, lábios e áreas faciais.
A transmissão ocorre principalmente por contato direto, como beijos ou compartilhamento de objetos contaminados, como utensílios de alimentação.
Já o HSV-2 é comumente associado ao herpes genital, que causa feridas nos genitais, ânus e áreas próximas.
A transmissão se dá principalmente por contato sexual, incluindo relações sexuais vaginais, anais ou orais com uma pessoa infectada.
A infecção por herpes dura a vida toda, mas os sintomas podem ser intermitentes.
Detalhes do estudo
Este estudo, divulgado em janeiro, acompanhou 1.000 pessoas de 70 anos por 15 anos e constatou que aquelas infectadas pelo HSV tinham duas vezes mais chances de desenvolver demência, independentemente da idade.
Isso sugere uma possível conexão entre infecção viral e declínio cognitivo.
Pesquisas anteriores já haviam indicado essa associação, identificando que o HSV-1 pode estar presente no cérebro de pacientes com Alzheimer em níveis mais elevados do que em pessoas sem a doença.
Agora, é necessário investigar se medicamentos contra o vírus herpes podem reduzir o risco de demência.
Isso pode abrir portas para tratamentos precoces ou mesmo prevenção da doença.