A princesa Kate Middleton, de 42 anos, revelou nesta sexta-feira (22) estar com câncer. No vídeo de 2m30s publicado em redes sociais, Kate disse que passou por uma cirurgia abdominal em janeiro e, na ocasião, “pensou-se que a condição não era de câncer”, mas após exames feitos depois da operação, o diagnóstico da doença foi confirmado. A princesa de Gales não informou qual tipo de câncer está enfrentando, mas informou que está passando por uma quimioterapia preventiva.
Segundo Fernanda Caparelli, oncologista do Hospital Sírio-Libanês, o intuito da terapia preventiva é eliminar as células malignas que já possam estar na corrente sanguínea. Esse tipo de terapia é feita após um tratamento com aumento das chances de cura. “Se o tratamento do paciente é cirúrgico, é uma quimioterapia que a gente faz depois da cirurgia para aumentar as chances de cura”, diz.
Nem todos os casos possuem indicação para o tratamento, segundo a oncologista, mas a terapia preventiva acontece, geralmente, após uma “ressecção cirúrgica”, uma operação de retirada do tumor. “Cânceres do trato gastrointestinal, de cólon, intestino grosso, estômago, ovário, se discute o uso da quimioterapia preventiva após a cirurgia. Depois da retirada do tumor primário, em algumas situações o paciente precisa fazer em torno de 3 a 6 meses de quimiopreventiva”, explica Caparelli.
Tratar o que não está sendo visto
De acordo com Caparelli, na operação, o cirurgião retira “o que visivelmente é visto” do tumor, mas existe um risco de, antes de a doença ser descoberta, células cancerígenas terem sido enviadas para a corrente sanguínea. “Isso aumenta o risco da doença voltar algum tempo depois, do ponto de vista sistêmico, como uma doença metastática, no pulmão, peritônio, por exemplo, em outras áreas”, explica.
“Por ser um tratamento sistêmico, que cobre o corpo todo, a quimioterapia tem como objetivo matar as células que estejam circulando na corrente sanguínea e que não é possível detectar em exames de imagem. O intuito é tratar o que não estamos vendo, que chamamos de doença microscópica, para aumentar as chances de cura ao que a cirurgia teoricamente já conseguiu”, pontua.
O procedimento é uma combinação de vários remédios, que variam de acordo com cada diagnóstico. O tipo de protocolo, tipo de combinação de drogas e tempo de tratamento varia de caso para caso e do tipo de câncer. Os efeitos também dependem do diagnóstico e do esquema receitado pelo médico.
“Para tumor de intestino, por exemplo, geralmente as drogas não dão queda de cabelo, mas para ovário, já é esperado. Depende do que estamos tratando”, finaliza.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), há 6 formas de administração da quimioterapia:
- Vira oral (pela boca);
- Intravenosa (pela veia);
- Intramuscular (pelo músculo);
- Subcutânea (abaixo da pele);
- Intratecal (pela espinha dorsal);
- Tópica (sobre a pele).
Kate finalizou o vídeo com uma mensagem de esperança para todas as pessoas diagnosticadas com algum tipo de câncer. “Para todos que estão enfrentando esta doença, em qualquer forma: por favor, não perca a fé ou esperança. Você não está sozinho.”