Imagine uma situação em que você acorda com uma dor de cabeça insistente, mas não é só isso que precisa resolver. Você também sente dor na lombar, está com uma alergia persistente e uma angústia no peito não te dá trégua. Para lidar com esses problemas, você aciona seu plano de saúde. Depois de inúmeros telefonemas, pesquisas e consultas, consegue marcar exames e organizar retornos, mas sem a garantia de que sua saúde será plenamente resolvida.
“Mesmo que os tratamentos sejam prescritos corretamente, o principal desafio é a pessoa conseguir se engajar em tantos cuidados diferentes que, muitas vezes, não se conectam entre si”, avalia André Florence, CEO da Alice, plano de saúde para empresas. Então, o que é preciso fazer é ajudar as pessoas a usar esse sistema de saúde da melhor forma possível.
Fachada do escritório da Alice na Avenida Rebouças Foto: Divulgação/ Alice
Atualmente, funciona assim: o indivíduo ou a empresa contrata um plano de saúde com um custo fixo e usufrui o que contratou. Muitas vezes, esse cuidado fragmentado e pouco organizado gera desperdício de tempo e dinheiro, por exemplo, com exames e procedimentos desnecessários, e ainda volta para o cliente em forma de reajuste.
“É como se fosse um produto pós-pago. Você contrata um plano de saúde tradicional, você usa esse plano da maneira que acha correta e, enquanto você está usando, você não sabe quanto ele está custando. Depois de um ano, esse custo voltará para você em forma de reajuste que, atualmente, é muito acima da inflação”, explica André.
A consequência disso é que o acesso à saúde privada fica cada vez mais restrito. Atualmente, 51 milhões de pessoas possuem um plano de saúde e o Sistema Único de Saúde (o SUS), hoje, atende cerca de 150 milhões de pessoas, absorvendo a maioria dos brasileiros.
Uma abordagem eficiente
Para resolver essa dor, a solução é organizar a jornada do paciente, fazendo com que ela seja eficiente e objetiva. Para isso, é preciso investir em coordenação de cuidado, deixando o sistema de saúde menos confuso, garantindo uma melhor experiência para o paciente, com integração de sistema e facilitadores como, por exemplo, tecnologias específicas e inteligência artificial.
No plano de saúde da Alice, o primeiro passo é focar na atenção primária. Cada membro do plano de saúde tem um Médico da Família, que acompanha o paciente em todos os momentos da sua jornada e pensa nesse cuidado de forma integrada. “Com isso, a gente consegue oferecer uma jornada superior, mais fácil e muito mais eficiente. Essa jornada faz com que esse membro economize tempo, tenha menos desgaste e, por isso, uma maior aderência ao tratamento. Isso gera redução de desperdícios e um melhor desfecho de saúde”, explica o CEO da Alice.
Isso tudo só é possível com o uso da tecnologia. Sempre que um membro é atendido por um profissional da rede credenciada do plano de saúde, o prontuário eletrônico utilizado é o da própria empresa, que está integrado a todo o sistema da própria Alice (hospitais, laboratórios e especialistas parceiros). Por exemplo: se você foi ao pronto-socorro, fez um exame no laboratório A e depois outro exame no laboratório B, os resultados estão todos nesse mesmo prontuário. Mais: se você sofre de dores de cabeça recorrentes e tem uma alergia que aparece vez ou outra, essas informações também estarão lá.
“A Alice conseguiu, por construir a própria tecnologia, ter toda a informação da saúde da pessoa em um lugar só. Isso faz com que os profissionais de saúde tenham capacidade de tomar decisões de uma maneira muito mais assertiva”, explica André.
Inteligência artificial na saúde
Quando existe uma organização na jornada do paciente, é possível também fazer melhor uso da inteligência artificial, que se baseia na combinação de grandes volumes de dados digitais e de algoritmos inteligentes. Respectivamente, eles permitem ao sistema ler e interpretar padrões e informações para aprender automaticamente.
“O acesso a todos os dados nos ajuda a construir modelos de inteligência artificial, ou usar modelos disponíveis no mercado, para entender qual é a jornada de saúde que vai gerar o melhor desfecho”, conta o CEO da Alice.
No plano de saúde da Alice, o primeiro passo é focar na atenção primária Foto: Divulgação/ Alice
Ou seja, nessa forma de aplicação, a IA funciona como um copiloto, que ajuda a aproximar e humanizar a relação médico-paciente. “Desde 2019, a gente vem construindo o nosso modelo de inteligência artificial. Hoje, a IA faz com que o profissional de saúde gaste menos carga cognitiva acessando informação e compreendendo a situação do paciente. Com isso sobra mais tempo de qualidade para ele conhecer a pessoa e ler suas expressões, individualizando a consulta para entregar, como um todo, um melhor resultado de medicina”, avalia André.
Um longo caminho pela frente
A aplicação da tecnologia na saúde é sem volta e a tendência é que continue trazendo benefícios a todos, pois reduz processos burocráticos, otimiza o trabalho dos profissionais de saúde e já se mostra mais eficaz para melhorar os resultados de saúde.
“A Alice representa o começo de uma mudança que está nos primeiros segundos de vida, mas isso só vai acontecer de uma maneira realmente massiva quando os demais planos de saúde passarem, de fato, a adotar esse mesmo modelo que deixa as pessoas mais saudáveis e gera uma melhor experiência”, finaliza André.