O setor de alimentos é conhecido por seu ritmo acelerado e alta pressão, uma prova de fogo até mesmo para empreendedores experientes. Neste mês, em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, uma das ações da Forbes EUA foi entrevistar seis mulheres cujos sabores, visões e determinação implacável reinventaram a produção de comida.
Suas percepções nos dão uma visão do que é necessário para se destacar e ter sucesso nesse universo. Dos desafios enfrentados pela cadeia de suprimentos ao triunfo de um prato perfeitamente equilibrado, elas compartilham suas experiências na administração de empresas dedicadas à alimentação. Confira como elas se mantêm inspiradas e lideram pelo exemplo.
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Acervo pessoal Paula Patterson, The Pony Show
Como diretora de vinhos e cofundadora do Pony Show, restaurante especializado em jantares particulares e pop-ups (eventos gastronômicos espontâneos) ao norte de Nova York e adjacências, Paula Patterson busca inspiração em mulheres formidáveis da cena culinária.
“Olho para as outras mulheres que construíram esse setor comigo e ao meu redor, de todos os ângulos, e me permito ser continuamente inspirada por suas paixões, alegria e dedicação”, diz ela. “As mulheres são agricultoras, coordenadoras de eventos, padeiras, chefs, gerentes gerais, escritoras sobre alimentos, diretoras de bebidas, servidoras, convidadas e muito mais. As mulheres trazem paixão e determinação para essas funções de inúmeras maneiras e, esteja eu no trabalho ao lado delas ou observando-as de longe, elas continuam a me motivar a acordar todos os dias e ‘fazer acontecer’ em minha própria jornada.”
Patterson destaca diversas contribuições das mulheres para o setor de alimentos. Ela as admira por suas habilidades culinárias ou gerenciais e determinação inabaláveis. “Olhar para o trabalho no setor de alimentos através da minha conexão com outras pessoas e observar a faísca e o brilho em seus olhos enquanto realizam seus sonhos, sempre me ajudou a manter os meus”, afirma, enfatizando a natureza cíclica da inspiração e do apoio mútuo entre as mulheres da agroindústria.
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Acervo pessoal Sonya Vega, Doña Vega Mezcal
Sonya Vega, a estadunidense fundadora e CEO da Doña Vega Mezcal, produtora do destilado alcoólico a partir do sumo fermentado do agave, em Oaxaca, no México, e a distribui nos EUA, destaca-se como uma figura inspiradora para mulheres que desejam conquistar espaço no ramo alimentício. Baseados em paixão, savoir-faire e autenticidade, os conselhos de Vega são um roteiro para quem aspira se tornar empreendedora no universo dos destilados.
“Meu conselho para as mulheres que desejam entrar no setor de destilados é encontrar um produto que as entusiasme e aprender tudo o que puder sobre ele”, afirma ela. Sua ênfase na paixão e na experiência é mais do que apenas uma estratégia: é a base para um envolvimento significativo com o produto e o mercado.
Vega entende que se destacar num segmento tão saturado como o de bebidas alcoólicas exige mais do que apenas presença — é preciso estabelecer conexões genuínas e contribuir para o mercado.
“O setor está cheio, portanto, certifique-se de que você pode contribuir autenticamente com ele e deixe sua paixão brilhar!”, aconselha. É um lembrete de que a autenticidade e o entusiasmo não são apenas complementos, mas elementos essenciais que definem uma marca e seu relacionamento com os consumidores.
A relação de Vega com o seu negócio é exemplo de um compromisso autêntico com o produto — e a história tem repercussões profundas, abrindo caminhos para o sucesso.
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Divulgação Maria Lara-Bregatta, Cafe Mamajuana
O Cafe Mamajuana, em Burlington, no estado de Vermont, não é apenas um local gastronômico: é um testemunho vibrante do poder da comida na celebração da herança cultural e da diversidade. Maria Lara-Bregatta comanda o restaurante, e sua paixão pela tradição dominicano-italiana impregna cada prato servido. “Como proprietária de uma empresa no setor de alimentos, minha dedicação e inspiração estão enraizadas nas ricas conexões entre comida e legado”, diz ela, revelando motivações profundas por trás de sua história. “A comida sempre foi uma forma poderosa de honrar minha origem rural e abraçar a diversidade cultural que define minha identidade.”
Para Lara-Bregatta, a comida não é apenas sustento, mas um meio narrativo, uma ferramenta de contar histórias que une continentes e gerações. “Os alimentos servem como uma ponte que me conecta às minhas raízes, permitindo-me compartilhar minhas histórias com outras pessoas”, afirma. Essa filosofia é a base sobre a qual o Cafe Mamajuana foi construído, com o objetivo de alimentar corpos e nutrir almas e mentes.
“Ao compreender a importância dos alimentos na formação de identidades e fortalecimento das comunidades, encontrei propósito e realização em minha carreira”, afirma Lara-Bregatta. Suas palavras ressaltam o poder da comida como catalisador da celebração cultural, identidade pessoal e capacitação da comunidade.
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Acervo pessoal Shweta Garg, Masala & Chai
Alternando-se numa carreira dupla, entre uma consultoria de segurança cibernética e blogs de culinária, Shweta Garg personifica o equilíbrio entre paixão e profissão. Como fundadora do site indo-americano Masala & Chai, ela demonstra que compromisso e estrutura podem coexistir com o entusiasmo culinário e a tradição cultural.
“Estar em dia com os próprios compromissos é algo que se adquire com o tempo, ao se implementar processos eficientes”, diz Garg, que destaca ser necessária certa resiliência para conciliar o trabalho das 9h às 17h e um blog culinário de sucesso. “Lembrar o motivo, quando se trata de criar um negócio no qual você está investida financeira e emocionalmente, ajuda a superar os tempos difíceis. Para mim, foi uma questão de perceber o impacto que eu poderia ter na vida cotidiana das pessoas. Após definir suas metas, você pode criar estrutura, ter uma rotina e processos em torno das suas tarefas diárias, semanais e mensais — para manter a dedicação e organização necessárias à administração do negócio.”
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Acervo pessoal Jisung Chun, House of Jeon and Soy & Rice
Autocuidado e liderança estão no centro da visão empresarial de Jisung Chun para suas duas marcas de comida coreana: House of Jeon e Soy & Rice. O trabalho dela é uma história de transformação, não apenas como líder, mas de alguém que pretende causar impactos positivos por meio da linguagem universal dos alimentos.
“O empreendedorismo me ensinou a manter a concentração em autocuidado e maneiras de se curar”, afirma Chun. Essa ênfase no crescimento pessoal e bem-estar foi fundamental para sua abordagem de liderança e prestação de serviço no setor de alimentos. “Quanto melhor estou, mais autêntica, amorosa e gentil me torno”, observa ela, reconhecendo o efeito cascata da transformação pessoal em sua capacidade de liderar e inspirar.
O compromisso da empresária vai além dos limites do mundo interior, influenciando seu ethos nos negócios. “É uma prioridade absoluta que eu saiba quem sou e o que estou aqui para fazer com total convicção”, afirma. A clareza de propósito e identidade orienta sua missão de oferecer mais do que apenas comida. “Eu encaro o fato de estar no setor de alimentos com grande honra e tenho a intenção de servir alimentos saudáveis num ambiente positivo para as pessoas com quem trabalho e para os clientes que entram em meu espaço.”
Para Chun, a comida transcende o valor nutricional básico, incorporando uma dupla função de medicamento e coesão social universal. “A comida é o remédio mais antigo e uma linguagem social universal”, afirma ela, sustentando a intenção de nutrir corpo e alma. “Pretendo servir alimentos que sejam exatamente isso.””
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Divulgação Carolina Wang, EatGoodNYC
A presença de Carolina Wang no mundo da culinária, como co-fundadora da Eatgoodnyc, em Nova York, resume bem as reviravoltas inesperadas que a vida frequentemente dá. Ao se aventurar no setor de alimentos, Carolina tornou-se um poderoso testemunho do papel da perseverança, aprendizado e comunidade na formação do empreendedor.
“Como faço para me manter dedicada e inspirada como proprietária de uma empresa no setor de alimentos?” Wang reflete: “Para ser sincera, isso nem era algo que eu sabia que queria, e eu meio que caí nessa.” Ela reconhece que sua carreira não nasceu de uma ambição de longa data, mas de pura sorte e resiliência. “É uma curva de aprendizado todos os dias, não importa há quanto tempo você esteja no setor — ele sempre encontrará maneiras de desafiá-lo.”Wang destaca um foco aguçado no crescimento pessoal e no impacto que o negócio causa ao redor. “O que me mantém inspirada é ver como minhas ações me transformaram como pessoa, em adquirir o conhecimento e experiência necessários para ter confiança em compartilhá-los com a minha comunidade e inspirar outras pessoas a fazerem o mesmo.” Essa reflexão ressalta o poder transformador do empreendedorismo — não apenas para o indivíduo, mas também no aspecto comunitário.
Wang também enfatiza a essência dos negócios orientados por propósitos, afirmando: “Não importa o quanto você seja bem-sucedido em seus negócios, isso não significará nada a menos que retribua e capacite sua comunidade de forma duradoura”. Essa filosofia é fundamental para sua visão na Eatgoodnyc, onde a missão transcende os limites da nutrição.
Paula Patterson, The Pony Show
Como diretora de vinhos e cofundadora do Pony Show, restaurante especializado em jantares particulares e pop-ups (eventos gastronômicos espontâneos) ao norte de Nova York e adjacências, Paula Patterson busca inspiração em mulheres formidáveis da cena culinária.
“Olho para as outras mulheres que construíram esse setor comigo e ao meu redor, de todos os ângulos, e me permito ser continuamente inspirada por suas paixões, alegria e dedicação”, diz ela. “As mulheres são agricultoras, coordenadoras de eventos, padeiras, chefs, gerentes gerais, escritoras sobre alimentos, diretoras de bebidas, servidoras, convidadas e muito mais. As mulheres trazem paixão e determinação para essas funções de inúmeras maneiras e, esteja eu no trabalho ao lado delas ou observando-as de longe, elas continuam a me motivar a acordar todos os dias e ‘fazer acontecer’ em minha própria jornada.”
Patterson destaca diversas contribuições das mulheres para o setor de alimentos. Ela as admira por suas habilidades culinárias ou gerenciais e determinação inabaláveis. “Olhar para o trabalho no setor de alimentos através da minha conexão com outras pessoas e observar a faísca e o brilho em seus olhos enquanto realizam seus sonhos, sempre me ajudou a manter os meus”, afirma, enfatizando a natureza cíclica da inspiração e do apoio mútuo entre as mulheres da agroindústria.
*Stephanie Gravalese é colaboradora da Forbes EUA, a partir de Massachusetts. Cobre as áreas de gastronomia, preservação de alimentos e o setor de cervejas artesanais.
Tatiana Sá, uma pioneira que puxou a fila das chefes-gerais na Embrapa
Mulheres contra o desperdício de alimentos salvam vidas da fome