[Hilderbrando] estava deitado na cama jogando no celular, no momento em que a mãe, a irmã e o sobrinho de 2 anos da vítima estavam na sala assistindo TV e tomando café. Policiais da Rota invadiram a residência sem identificação ou uso de câmera corporal, com fuzis apontados para as mulheres e a criança na sala. Eles se dirigiram ao cômodo onde os jovens estavam, um “puxadinho” ainda em construção, local em que executaram ambos.
Trecho do relatório da Ouvidoria
Versão da polícia: diz que agentes invadiram o local após uma denúncia de tráfico de drogas.
Versão da família: diz que Hilderbrando tinha deficiência visual grave, que “afetava a execução de suas atividades diárias” e o impossibilitaria de oferecer resistência violenta à abordagem policial. Relata ainda que ele pode ter sido confundido com o namorado de sua ex-mulher e mãe de seus filhos — o homem, suspeito de assassinar um soldado da Rota no dia 2 de fevereiro, em São Vicente, foi preso uma semana depois, em Uberlândia (MG).
Homem deficiente de muletas e vizinho
Leonel Santos foi atingido por disparos de fuzil feitos por policiais do 4º Batalhão de Choque do COE (Comando de Operações Especiais). A morte aconteceu em 9 de fevereiro, durante operação no Morro do São Bento, em Santos, e foi registrada no primeiro relatório da Ouvidoria.
Ele conversava com outro homem na comunidade, Jefferson Ramos Miranda, quando policiais saíram de surpresa de uma área de mata. Os dois foram executados, disseram testemunhas.